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O destino do cabrito

Jean-Claude Carrière, no seu livro "Tertúlia de Mentirosos - contos filosóficos do mundo inteiro", conta-nos a seguinte história retirada da tradição popular indiana:

O destino do cabrito
O cabrito foi um dia ter com Brama, o criador, e queixou-se amargamente da sua condição.
- Todas as criaturas - diz ele - querem fazer de mim seu alimento. Como pode isto ser, ó poderoso Brama, servir-lhes eu assim de alimento? Achas justo?
Brama escutou-o e respondeu:
- Que queres que te diga, meu filho? Eu próprio, quando te vejo, sinto água na boca.

O mundo é o que é.

Infelizmente, na minha experiência de acolhimento residencial, tenho constatado que o natural "desencanto" dos adolescentes de risco com perturbações emocionais e do comportamento, faz com que se vão confrontando (e não confortando) com uma série de "Bramas" ao longo da sua história de "protecção social". As crenças, atitudes e valores dos "cuidadores" destes jovens, são na minha opinião o prioritário objecto de trabalho quando se fala em formação especializada.

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