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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2009

Manual de Processos-Chave para Centro de Acolhimento Temporário

Durante esta semana tenho dedicado algum tempo ao Manual de Processos-Chave referente aos centros de acolhimento de temporário (CAT), um documento de leitura obrigatória e de cumprimento mínimo por todas as instituições verdadeiramente responsáveis pelas suas crianças (disponível para download aqui ). Contudo uma análise cuidade obriga a reconhecer que um centro de acolhimento mediano precisa de muitos, muitos, muitos mais recursos do que os habituais, nomeadamente em termos de edificado e de recursos humanos. Parabéns ao ISS pelo bom manual que obriga os CAT tornarem-se verdadeiros centros de diagnóstico. PVS

Formação em acolhimento de crianças

Irá iniciar-se no ISPA no dia 4 de Junho a 3a Edição do Curso " Acolhimento de Emergência de Crianças em Risco ". O curso foi revisto: agora tem menos horas, é mais conciso e económico. E existe uma boa novidade: a frequência deste curso, juntamente com a frequência de outros três na área do acolhimento, confere um Certificado Avançado em Acolhimento de Crianças. Poderão saber mais informações através do flyer da acção de formação ou contactando o Departamento de Formação Permanente do ISPA . Esta formação será uma excelente oportunidade para todos os que querem pensar os novos paradigmas de acolhimento de crianças, nomeadamente o acolhimento terapêutico. Inscrevam-se! PVS

Abordagem Systems-Psychodynamic

O trabalho de consultoria que temos desenvolvido em diversas instituições sociais tem por enquadramento teórico o que hoje se designa por abordagem Systems-Psychodynamic. Algumas pessoas tem solicitado alguns esclarecimento sobre esta abordagem que cruza conhecimentos vindo da teoria sistémica e da Psicanálise. A origem do termo Systems-Psychodynamic é associado muitas vezes à publicação do livro de Eric Milles e A.K. Rice "Systems of Organization" em 1967. Contudo os autores nunca utilizam o termos para definir a sua abordagem teórica. Segundo Amy Fraher (2004), só no final dos anos 80 é que Eric Miller, na altura director do programa de Group Relations do Instituto Tavistock, cunhou o termo. No início de 1992, no âmbito de uma redefinição estratégica do Instituto Tavistock, Eric Miller propõe que o conceito Systems-Psychodynamic seja aprofundado e desenvolvido, constituindo para isso uma equipa de investigadores e consultores organizacionais. Wesley Carr, Tim Dartington

A vontade de deitar fora

Quem trabalha em acolhimento de crianças sabe que por vezes desenvolve-se a sensação na equipa educativa que, se o “João” ou o “Luís” não tivessem sido acolhidos naquele lar ou centro de acolhimento, tudo corria às mil maravilhas. O fenómeno de “bode expiatório” existente em qualquer grupo é particularmente incidente em grupos de forte tensão emocional, como é o caso dos grupos de crianças acolhidas com perturbações emocionais. Existe uma tese de mestrado online intitulada: If only you exclude “Ben” we would be able to work with others just fine! escrita por John Tuberville que vale a pena ser lida. PVS

Crianças acolhidas... sem diagnóstico e sem pais

Continuo intrigado pela dificuldade que existe no nosso sistema de protecção em desenvolverem-se respostas de acolhimento temporário ou de emergência que sejam verdadeiros centros de avaliação diagnóstica orientados para a saúde mental da criança. Vasculhando alguns livros do Eduardo Sá já com alguns anos, verifico que ele já falava há uns tempos da necessidade de criarem-se verdadeiros serviços de urgência um pouco à semelhança dos serviços de urgência hospitalares. Eduardo Sá defendia serviços ricos em recursos técnicos e de diagnóstico capazes de em poucas horas estancarem a hemorragia que uma retirada do meio familiar provoca sempre numa criança e avaliarem as competências da família de forma a desenharem de imediato um plano de intervenção. Com pena verificamos que continuamos a cair numa dicotomia de bons e maus pais e numa visão simplista que vê o acolhimento como uma espécie de salvação onde as crianças são salvas pelo afastamento da família. Há alguns anos que os hospita

Crianças inquietas na escola

Encontra-se hoje no Público online uma notícia acerca do encontro promovido pela Casa da Praia que irá decorrer amanhã sobre o tema "Dificuldades de comportamento e aprendizagem em meio escolar". Vale a pena ler pois aborda o tema das crianças com dificuldades emocionais e do comportamento, e a sua relação com a escola. Ler aqui . TSM

Observação de crianças - A Situação Estranha de M. Ainsworth

A compreensão da relação precoce entre bebé-mãe é ainda um dos temas fundamentais da Psicologia. O trabalho de John Bowlby (psicanalista inglês que trabalhou durante largos anos na clínica Tavistock) sobre vinculação assume uma particular importância na compreensão desta relação. Mary Ainsworth, discípula de Bowlby e investigadora na clínica Tavistock, é responsável pela situação experimental intitulada "Situação Estranha" largamente utilizada para avaliar a qualidade da relação entre criança e prestador de cuidados (geralmente a mãe). Esta situação, composta por várias fases, permite avaliar a qualidade do comportamento de vinculação da criança ao reunir-se com a mãe depois de ter sido brevemente separada desta. O comportamento aquando da reunificação permitiu à equipa de Ainsworth identificar três padrões de vinculação posteriormente alargados para quatro por Mary Main: seguro; evitante; ansioso/ambivalente; desorganizado. Aqui fica um vídeo do procedimento da "Sit

4ª Semana da Prevenção dos Maus-Tratos Infantis

A Associação "Chão dos Meninos" , em Évora, irá promover a 4.ª Semana de Prevenção dos Maus Tratos , iniciativa extremamente pertinente, numa altura em que ainda subsistem dúvidas e incertezas ao nível da articulação e modelo de intervenção dos diversos agentes do sistema de protecção. Espero que encontrem disponibilidade, vontade e motivação para participarem. PVS

Crianças adoptadas e crianças devolvidas

Ontem num dos telejornais da noite voltou-se a falar sobre as crianças que, em período de pré-adopção, são “devolvidas” às instituições, situação que cria o maior dos perplexos ao comum dos mortais. Os pais esperam tanto tempo e sonham tanto com um filho e depois devolvem-no como se fosse uma encomenda. No mínimo, chocante. Um olhar mais atento e técnico sobre a construção dos vínculos filiais adoptivos sabe bem que esta situação não é rara e que não depende das boas ou más intenções dos pais adoptivos ou das crianças. Na verdade, construir uma relação não é fácil e existe sempre uma probabilidade de se estabelecerem desencontros mais ou menos irreversíveis. Probabilidade esta que aumenta significativamente com a idade da criança adoptiva e com a história relacional que ela carrega e transporta para a nova família. Não raras vezes observamos crianças que viveram histórias extremamente violentas, marcadas por abusos e negligências, a transportarem de forma “crua” essa mesma violênci

Recordar Isabel Menzies Lyth

Isabel Menzies Lyth foi uma das autoras que mais influenciou a área das instituições terapêuticas para crianças e jovens com um conjunto de artigos a documentar o seu trabalho de consultoria. Estes artigos foram posteriormente publicados em colectânea no seu livro " Containing Anxiety in Institutions ", editado em 1988 pela Free Association Books. Trabalhando durante longos anos como consultora em várias instituições para crianças e jovens com dificuldades emocionais e do comportamento, alguns dos seus textos sobre esta temática rapidamente se tornaram clássicos. O seu trabalho na Comunidade Terapêutica Cotswold merece ser lido com atenção, principalmente o seu trabalho com a equipa da comunidade e a forma como em conjunto alteraram a forma de funcionamento. No seu texto de 1985 " The development of the self in children in institutions ", Menzies descreve o processo de consultoria e como este ajudou a definir os limites da instituição de forma a ajudar as cr

Ainda a aprender de forma experiencial

A continuação da formação na Tavistock foi excelente. Superou de longe as minhas melhores expectativas. A dinâmica de grupo estabelecida na "organização temporária de aprendizagem" permitiu testar vários fenómenos de grupo e de trabalho em parceria. Ficou bastante claro a relação entre a tomada de uma posição - responsabilidade - e consequências, e como este processo é particularmente difícil quando as nossas acções são determinantes para a vida de terceiros. Valeu muito esta formação! A boa notícia é que esperamos ainda no decorrer deste ano ou início do próximo realizar em Portugal uma formação experiencial semelhante para profissionais do sistema de protecção. Se achar a ideia interessante, envie um mail pois é importante termos uma percepção da recepção deste tipo de formação. PVS