É frequente por parte de monitores de instituições de acolhimento de crianças em risco o comentário que as crianças e o jovens fazem o que querem, não conferindo autoridade aos adultos. Esta queixa mais complexa fica quando todos temos bem presente que o problema não se resolve através de uma cultura de autoritarismo baseada na acção física musculada ou pela disseminação de ideias terroríficas do tipo “se não nos ouves é que ficas mesmo abandonado”. Então que solução? Que caminho a tomar? As crianças acolhidas, na sua grande maioria, são crianças em risco, isto porque a sua história está povoada por momentos de desencontro. Momentos que projectam uma sombra cinzenta sobre o estabelecimento de relações seguras e emocionalmente ricas. Estas crianças não tiveram na sua grande maioria alguém que as ensinasse a ler os seus afectos e a dinâmica emocional de uma relação. Neste sentido, são crianças desencontradas onde o vínculo é interpretado mais como grilhão do que como laço que liga ...
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