Esta é a minha primeira colaboração como blogista neste espaço, pelo que agradeço desde já o convite do Tiago Mendes e do Pedro Santos. E por que o verão começou ontem e sobre crianças em risco se inscreve neste blog, gostaria de partilhar como se pode a-risc-ar por parte dos profissionais da área de acolhimento residencial, no que concerne a providenciar experiências de campos de férias externos e residenciais (mas fora da residência-instituição) a jovens em acolhimento residencial. Da minha prática, tenho utilizado há 7 anos a rede nacional de campos de férias do Instituto Português da Juventude http://fm.juventude.gov.pt/ (logo, uma rede comunitária), como se eu fosse um qualquer Encarregado de Educação que simplesmente inscreve o seu educando nas comumente chamadas "colónias de férias". Os resultados envolvem riscos: os jovens são inscritos em grupos de dois ou três em campos de regiões diferentes (Braga; Leiria; Algarve; etc.) e eles próprios se deslocam sózinhos em transportes para as mesmas, tendo em conta que nem sempre é fácil uma adaptação a essa elevada necessidade de autonomia psicológica e social. Os benefícios são enormes: o êxito ronda os 90% e promovem-se competências sociais e psicológicas nunca antes alcançadas pois falamos de uma real adaptação, dita em meio natural de lazer. Uns fazem amigos, outros até namoradas. Alguns, com tendencias mais anti-sociais, são até altamente elogiados pelos monitores e organizadores dos campos. Claro está, que o nosso acompanhamento de retaguarda de preparação e acompanhamento é imprescendível (mesmo até pelo telefone).
Nuno Francisco