Hoje é dia da Criança, 1 de Junho. Um dia para pararmos e pensarmos enquanto sociedade onde estão as nossas crianças. Num período de turbulência social e económica, não foge ao olhar o facto de as nossas crianças estarem mais sós. Mais tempo longe dos pais, mais tempo longe da família, mais tempo entregues ao cuidados de instituições: creches, jardins-de-infância, escolas, actividades extra escolares. As nossas crianças elementos preciosos por serem cada vez mais raros nas sociedades ocidentais, são confiadas na grande parte do dia a um sistema de multicuidadores que dificilmente se tornam verdadeiramente significativos.
Crescer e aprender a pensar num sistema indiferenciado de figuras humanas que não chegam a ser figuras de referência, é aprender uma cultura de superficialidade no qual o outro é interpretado cada vez mais numa lógica pragmática de prestação de serviços e cuidados e menos numa lógica afectiva e relacional. Facilmente poderíamos cair numa retórica de defesa pelo carácter emocional ou afectivo do papel do Educador de Infância, Professor ou dos profissionais que diariamente acolhem crianças. Não o faremos.
Não acreditamos na ideia que todas as relações são automaticamente substituíveis, não acreditamos que o sorriso de um adulto para um bebé numa creche é igual ao sorriso de uma mãe ou de um pai para esse mesmo bebé. Não acreditamos que um dia cheio de actividades, de cores, de músicas, de estímulos é mais significativo que um colo afectivo que nos pense e contenha as nossas ansiedades. Na verdade acreditamos muito pouco numa cultura no qual as actividades e a estimulação suplantam o colo e o tempo com os pais e figuras significativa.
Ser Mãe ou Pai é um exercício emocional, com uma raiz inconsciente dificilmente palpável por essa razão uma tarefa difícil de ser transferida e alienada. A nossa mãe é sempre a nossa mãe o nosso pai é sempre o nosso pai. É o carácter único, insubstituível que talvez assuste tanto os pais de hoje. Pais que já cresceram numa cultura na qual a “dependência” é olhada como contraponto de autonomia e individualidade e por essa razão sentida como ansiogénica e em alguns casos como claustrofóbica.
Acreditamos que a dependência é fonte de crescimento para as crianças e para os adultos. A dependência lembra diariamente o vinculo e obriga as partes a assumirem a responsabilidade que advém do desempenho único do seu papel.
A dependência lembra diariamente que as pessoas não são substituíveis ao contrário do que por vezes se diz por aí…
Caros amigos gozem bem este dia Mundial da Criança.
Pedro Vaz Santos
Crescer e aprender a pensar num sistema indiferenciado de figuras humanas que não chegam a ser figuras de referência, é aprender uma cultura de superficialidade no qual o outro é interpretado cada vez mais numa lógica pragmática de prestação de serviços e cuidados e menos numa lógica afectiva e relacional. Facilmente poderíamos cair numa retórica de defesa pelo carácter emocional ou afectivo do papel do Educador de Infância, Professor ou dos profissionais que diariamente acolhem crianças. Não o faremos.
Não acreditamos na ideia que todas as relações são automaticamente substituíveis, não acreditamos que o sorriso de um adulto para um bebé numa creche é igual ao sorriso de uma mãe ou de um pai para esse mesmo bebé. Não acreditamos que um dia cheio de actividades, de cores, de músicas, de estímulos é mais significativo que um colo afectivo que nos pense e contenha as nossas ansiedades. Na verdade acreditamos muito pouco numa cultura no qual as actividades e a estimulação suplantam o colo e o tempo com os pais e figuras significativa.
Ser Mãe ou Pai é um exercício emocional, com uma raiz inconsciente dificilmente palpável por essa razão uma tarefa difícil de ser transferida e alienada. A nossa mãe é sempre a nossa mãe o nosso pai é sempre o nosso pai. É o carácter único, insubstituível que talvez assuste tanto os pais de hoje. Pais que já cresceram numa cultura na qual a “dependência” é olhada como contraponto de autonomia e individualidade e por essa razão sentida como ansiogénica e em alguns casos como claustrofóbica.
Acreditamos que a dependência é fonte de crescimento para as crianças e para os adultos. A dependência lembra diariamente o vinculo e obriga as partes a assumirem a responsabilidade que advém do desempenho único do seu papel.
A dependência lembra diariamente que as pessoas não são substituíveis ao contrário do que por vezes se diz por aí…
Caros amigos gozem bem este dia Mundial da Criança.
Pedro Vaz Santos