Penso que todos nós temos pessoas que nos marcaram de alguma maneira, sejam estas familiares, amigos ou professores. Neste último caso confesso que tive a sorte de ter encontrado alguns professores que me marcaram distintamente e que me ajudaram a ser quem sou, não só enquanto pessoa, mas também na minha vida profissional.
Tive há pouco a notícia que uma dessas pessoas morreu recentemente, António Candeias, Professor de Ciências da Educação no ISPA (onde o conheci) e depois na Nova. Recordo-o como professor da cadeira de ciências da educação no 2º ano do ISPA, onde tantas vezes tentava que pensássemos e nos provocava de forma enérgica, mas que depois referia que tentava fazer com os alunos, o mesmo que lhe tinha sido feito pelos professores que o marcaram mais e com quem sentiu que tinha aprendido.
Mas recordo-o principalmente como alguém que teve a paciência de ouvir em várias tardes de Verão dos anos 90, os projectos e ideias de um seu jovem aluno, tendo ainda a paciência de ler os trabalhos deste sobre história, literacia e ascensão social na idade média. Teve a paciência de escutar e ajudar a pensar o que fazer com essas ideias, com sentido crítico e de realidade, não deixando de alertar para o risco de diletantismo e dispersão inerente a vários e tão díspares interesses.
Lembrei-me várias vezes nestes anos dessas conversas ( cheguei a comprar a sua tese de doutoramento), apesar de ter perdido o contacto desde essa altura. Se calhar as conversas de que me lembro não são as que tive exactamente. Mas a sensação de ter conversado, de ter sido ouvido e a sua forma de pensar marcou-me. Se calhar um pouco da forma como tento ser em formações tem a ver com as aulas do António Candeias. No final de contas, tento fazer em formação o mesmo que os professores com quem aprendi mais, e que me marcaram, fizeram comigo. António Candeias foi indiscutivelmente uma dessas pessoas.
Pode-se ver aqui o seu precurso académico.
Tiago
Tive há pouco a notícia que uma dessas pessoas morreu recentemente, António Candeias, Professor de Ciências da Educação no ISPA (onde o conheci) e depois na Nova. Recordo-o como professor da cadeira de ciências da educação no 2º ano do ISPA, onde tantas vezes tentava que pensássemos e nos provocava de forma enérgica, mas que depois referia que tentava fazer com os alunos, o mesmo que lhe tinha sido feito pelos professores que o marcaram mais e com quem sentiu que tinha aprendido.
Mas recordo-o principalmente como alguém que teve a paciência de ouvir em várias tardes de Verão dos anos 90, os projectos e ideias de um seu jovem aluno, tendo ainda a paciência de ler os trabalhos deste sobre história, literacia e ascensão social na idade média. Teve a paciência de escutar e ajudar a pensar o que fazer com essas ideias, com sentido crítico e de realidade, não deixando de alertar para o risco de diletantismo e dispersão inerente a vários e tão díspares interesses.
Lembrei-me várias vezes nestes anos dessas conversas ( cheguei a comprar a sua tese de doutoramento), apesar de ter perdido o contacto desde essa altura. Se calhar as conversas de que me lembro não são as que tive exactamente. Mas a sensação de ter conversado, de ter sido ouvido e a sua forma de pensar marcou-me. Se calhar um pouco da forma como tento ser em formações tem a ver com as aulas do António Candeias. No final de contas, tento fazer em formação o mesmo que os professores com quem aprendi mais, e que me marcaram, fizeram comigo. António Candeias foi indiscutivelmente uma dessas pessoas.
Pode-se ver aqui o seu precurso académico.
Tiago