Acho que todos concordariam comigo se dissesse que todos nós desejamos que as nossas crianças tenham tudo o que é bom e o melhor tratamento possível. Tanto assim é que perante situações de negligência ou abuso infantil nos sentimos facilmente incomodados e impelidos a fazer queixas a todas as CPCJ’s do país.
Ainda assim, faz-me alguma confusão que temas como a obesidade infantil nos passe tão à margem…
Parece-me que há uma maior facilidade para lidar com a obesidade do que com a possibilidade da criança X não ter tomado o lanche a meio da tarde e poder estar esganada de fome. Rapidamente são postas em causa capacidades de concentração, acomodação e assimilação, e a seguir as capacidades de determinados pais assegurarem uma alimentação básica. E quem sabe daí não surge logo mais um pedido de acolhimento…
Enfim, sei que estou a exagerar, mas se na verdade nos preocupa tanto o facto de algumas crianças ficarem em situação de risco por não terem uma alimentação básica assegurada não nos deveria também preocupar o facto de algumas crianças terem a sua saúde em risco devido ao excesso peso?
No outro dia, ao assistir a um programa do Dr. Oz sobre obesidade infantil (T. 2, Ep. 158), os pais (neste caso, as mães) justificavam-se com a genética (! – a genética terá mudado assim tanto de há 20 anos para cá?), com o facto de sair mais barato comprar comida não saudável, e com o facto de acharem que os seus filhos são os verdadeiros responsáveis pela quantidade (e tipo) de comida que comem. Não me surpreendeu que no final do programa tenham relatado o número enorme de crianças que são retiradas destas famílias, nos EUA, precisamente por se encontrarem concreta e visivelmente em perigo de vida.
É que ao aceitamos tão facilmente que a obesidade se trata de uma causa dos nossos tempos, e que de alguma forma é "normal", se calhar também está na altura de pensarmos em novas formas de reeducar estas famílias.
CBR
Ainda assim, faz-me alguma confusão que temas como a obesidade infantil nos passe tão à margem…
Parece-me que há uma maior facilidade para lidar com a obesidade do que com a possibilidade da criança X não ter tomado o lanche a meio da tarde e poder estar esganada de fome. Rapidamente são postas em causa capacidades de concentração, acomodação e assimilação, e a seguir as capacidades de determinados pais assegurarem uma alimentação básica. E quem sabe daí não surge logo mais um pedido de acolhimento…
Enfim, sei que estou a exagerar, mas se na verdade nos preocupa tanto o facto de algumas crianças ficarem em situação de risco por não terem uma alimentação básica assegurada não nos deveria também preocupar o facto de algumas crianças terem a sua saúde em risco devido ao excesso peso?
No outro dia, ao assistir a um programa do Dr. Oz sobre obesidade infantil (T. 2, Ep. 158), os pais (neste caso, as mães) justificavam-se com a genética (! – a genética terá mudado assim tanto de há 20 anos para cá?), com o facto de sair mais barato comprar comida não saudável, e com o facto de acharem que os seus filhos são os verdadeiros responsáveis pela quantidade (e tipo) de comida que comem. Não me surpreendeu que no final do programa tenham relatado o número enorme de crianças que são retiradas destas famílias, nos EUA, precisamente por se encontrarem concreta e visivelmente em perigo de vida.
É que ao aceitamos tão facilmente que a obesidade se trata de uma causa dos nossos tempos, e que de alguma forma é "normal", se calhar também está na altura de pensarmos em novas formas de reeducar estas famílias.
CBR