Porquê uma rubrica sobre trauma?
Os leitores deste blog conhecem o
percurso profissional que fui realizando na área do sistema de proteção, quer
trabalhando em contexto de Comissão de Proteção quer em contexto de acolhimento
institucional de crianças. Gosto de afirmar que neste percurso fiquei sempre
com um pé dentro e outro fora da sala clínica do psicólogo.
No último ano voltei a focar-me
na clínica e no potencial da sala do psicólogo. O foco surgiu de um desafio
lançado pelo Dr. Nuno Lobo Antunes de organizar uma consulta para crianças e
famílias adoptivas. Voltei aos livros, aos artigos com o intuito de procurar
pistas e ideias sobre a operacionalização de uma consulta específica que
ajudasse os pais a criarem contextos relacionais seguros para crianças que
tiveram um início de vida marcado por histórias traumáticas de abuso e
negligência.
Nesta viajem que iniciei
sensivelmente há doze meses, acabei por renovar a minha paixão pela intervenção
clínica com crianças. Este é um regresso que faço com menos certezas nas
teorias, com um olhar mais crítico face às metodologias e com uma profunda
convicção que é essencial sermos criativos no trabalho clínico e com a certeza
absoluta que é impossível desempenharmos um bom trabalho se não criarmos um
contexto humilde de trabalho colaborativo com famílias e colegas no qual vamos
aferindo caso a caso quais as melhores intervenções.
É neste contexto de trabalho colaborativo que
nasce esta rubrica dedicada à temática do Trauma no blog CriançaSemRisco. Com
frequência quinzenal, será publicada aos sábados, uma nova reflexão pessoal
sobre o tema. Espero que cada uma das reflexões seja suficientemente
desafiadora para gerar comentários, questões, perguntas!
O primeiro texto será publicado no próximo sábado dia 19 de Abril.
PVS
O primeiro texto será publicado no próximo sábado dia 19 de Abril.
PVS