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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2006

Formação em acolhimento de crianças no ISPA

No sábado passado tivemos o prazer de inicial mais uma iniciativa de formação na área do acolhimento de crianças. O Instituto Superior de Psicologia Aplicada está a fazer uma aposta no desenvolvimento de iniciativas nesta área concreta, tendo as instituições e os profissionais da área dado uma excelente resposta. Esperamos em breve estendermos estas acções de formação aos prestadores de cuidados das crianças, contrariando o hábito de que só os técnicos é que têm acesso às acções de formação. PVS

O tempo e as nossas obrigações

Será que é elidível a obrigação do Estado e da sociedade proteger a vítimas de maus-tratos pelo simples facto de com passar do tempo estas se tornam adultos? Acho que não!! Um olhar atento do presente obriga-nos necessariamente a fazer acções que “reparem” e reconstruam os significados do passado. É verdade que há dez anos atrás não tínhamos a mesma consciência social sobre o fenómeno dos maus-tratos infantis, e como é lógico no plano da realidade não podemos voltar atrás e reescrever a história. Contudo um olhar crítico do passado colectivo e individual permite criar espaços, onde a história do ponto de vista simbólico e significativo se reescreva. Esses espaços encerram uma função terapêutica e reparadora. Neste sentido, as comunidades devem organizar espaços terapêuticos de promoção da saúde mental, onde se possam inscrever vítimas de maus-tratos que por acção do tempo cresceram. PVS

Crianças boas e más

A história do acolhimento de crianças é marcada por peripécias e por ciclos de maior e menor atenção consoante a valorização que a sociedade faz das suas crianças e da sua população mais vulnerável. No presente vive-se um momento peculiar, uma atenção particular dos media e da sociedade em geral sobre o fenómeno da criança mal tratada e um desprezo em particular pela criança com comportamentos de oposição e desafiadores das normas da sociedade. A sociedade, a escola e o sistema de protecção, aparece acentuar a clivagem entre criança vítimas e crianças agressoras. As primeiras merecedoras de todo o apoio e respostas sociais, as segundas merecedoras de contenção urgente, de correcção e de uma injecção urgente de gratidão por viverem num mundo já sem fome. Não é com raridade que ouvimos comentários do tipo: "porquê dar as melhores respostas e equipas de luxo para trabalhar com crianças, que negam todo o tipo de ajuda, e que constantemente nos viram as costas, porquê lhes dar tudo se

Votos de boa Páscoa!

Neste período pascal esperamos que todos se lembrem de quão importante são as nossas crianças. Esperamos também que em reflexão conjunta se desenhem novas formas de protecção e de acolhimento de crianças. Certos que todos nós vivemos a nossa verdade pascal, fica a convicção de que iremos regressar aos nossos trabalhos com uma energia renovada. PVS

Maus tratos institucionais e um surpreendente Acórdão do Supremo...

O Supremo Tribunal de Justiça surpreendeu tudo e todos com a publicação do acórdão de 4 de Abril (ler aqui ) resultante do recurso interposto pelo Ministério Público no âmbito de um processo de maus-tratos infantis institucionais. O acórdão defende em determinado momento a naturalidade e adequação no castigo físico, enquadrando este nas boas práticas parentais. Já diversas vozes vieram a público, nomeadamente a Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados que classificou hoje como «impróprio» e «muito perigoso» o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça que considerou lícitos os castigos corporais aplicados pela responsável de um lar a crianças deficientes. A notícia é avançada pela Agência Lusa. Nós, por aqui no blog, não gostaríamos de deixar de expressar a nossa indignação, e afirmar com toda a convicção que são acórdãos desta natureza que colocam realmente as crianças em risco. Resta-nos a certeza que esta não é a tendência da nossa magistratura judicial que em tantos m

Formação em acolhimento de crianças

Ainda existem vagas para o curso de formação "Intervenção Terapêutica e Educativa em Unidades de Acolhimento Prolongado" a decorrer no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) em sete sábados consecutivos a partir de dia 22 de Abril. Este curso tem a carga horária de 21 horas e os seguintes módulos: As primeiras comunidades residenciais terapêuticas para crianças;  O ambiente social como espaço terapêutico;  Educação e função terapêutica a partir da rotina diária;  Autoridade e consequências da reparação;  A família e a instituição;  Afectos e emoções emergentes da tarefa;  Grupo de apoio aos que apoiam “Grupo Balint”.  Os interessados podem inscrever-se na secretaria do ISPA. TSM

Autoridade e sacos de rebuçados

Já algumas vezes referi neste blog a importância da autoridade ser mantida na base da pirâmide organizacional de uma instituição de acolhimento de crianças. A ideia é que quem deve ser percepcionado como tendo mais autoridade deve ser o prestador de cuidados que está, no dia-a-dia mais próximo da criança, e não o director que habita num gabinete no “último piso” da instituição. Uma directora de uma instituição de crianças gostava muito de conversar com os miúdos da sua instituição e, de forma a facilitar estas conversas, tinha colocado um boião de rebuçados em cima da sua secretária. Lógico que os miúdos adoravam aquele espaço. O que esta directora não se deu conta foi que estava a desautorizar a sua equipa. Esquecera-se de se certificar que cada chefe de equipa de casa, não teria um boião de rebuçados mas sim dois, e que cada prestador de cuidados não teria dois boiões de rebuçados, mais sim uma saca de 1kg, sempre às costas. Só assim as crianças iriam percepcionar o director com algu

Balanço de formação em acolhimento prolongado de crianças e jovens

O primeiro curso de formação " Intervenção Terapêutica e Educativa em Unidades de Acolhimento Prolongado de Crianças e Jovens " terminou ontem em Leiria. O balanço é manifestamente positivo, realçando-se a motivação e interesse do grupo pela temática e a aquisição de um conjunto de ferramentas teóricas que nos parecem úteis para este contexto específico de intervenção. O grupo de formandos destacou como pontos positivos os tópicos relacionados com a gestão das equipas de prestadores de cuidados, e dos modelos de gestão da autoridade, sublinhando-se a importância de supervisão externa. Foi também referido que ficou claro que nem toda a comunicação é consciente e que existem elementos inconscientes que devem ser alvo de atenção e reflexão. Foi indicado como ponto mais fraco ou limite da formação, a falta de mais espaços de aprendizagem experiencial, destacando-se a ideia de que só se aprende o que de alguma forma nos diz respeito. Resta um obrigado ao grupo de formandas pelo mu