Numa instituição de acolhimento de crianças existia uma sala com dez portas. A sala destinava-se a momentos calmos de conversa com as crianças ou a trabalho administrativo da equipa técnica. O objectivo das dez portas era aumentar a funcionalidade da sala e o acesso rápido aos diversos corredores da instituição. A sala situava-se no centro dos nove corredores da instituição, todos eles ladeados por quartos com nove crianças. A posição central da sala permitia que pelo menos uma porta de acesso era vista em todos os pontos da casa.
Numa reunião de consultoria, os técnicos que habitavam a sala das dez portas queixavam-se que não era possível ter uma conversa calma na sala. Quando mais do que uma porta da sala estava aberta, era um entre e sai de miúdos. Quando as portas se fechavam, sentia-se a pressão do lado de fora das crianças batendo e empurrando insistentemente as portas. Os técnicos reflectiam onde estariam os funcionários durante aqueles momentos de corrupio ou de pressão junto às portas. Ao mesmo tempo que iam verbalizando estas dúvidas, crescia na reunião com o consultor um sentimento de impotência e de incapacidade de mudar a dinâmica funcional da casa.
O consultor perguntou aos técnicos para onde abria a décima porta. Foi explicado que esta dava directamente para a rua. Contudo raramente era aberta, destinava-se a situações de emergência e de evacuação.
Após um longo silêncio...
O consultor teve o seguinte pensamento.
Porque será que os técnicos não se abstêm de se manter no centro da casa e da vida das crianças, guardando junto deles a chave de um sonho chamado “rua”.
Os técnicos intrigados pelo pensamento, responderam prontamente que quando chegaram à instituição esta já tinha aquela arquitectura e que era muito difícil mudar a arquitectura (o mesmo será dizer... mudar a cultura da organização).
O consultor sugeriu abrir no extremo oposto de cada corredor uma nova porta, que desse para a rua. Estas seriam abertas periodicamente e por um bom motivo. As chaves dessas portas seriam entregues aos funcionários. As regras de abertura seriam discutidas por todas as crianças e adultos numa reunião semanal.
A equipa técnica aceitou o desafio…
Algum tempo depois, numa nova sessão de consultoria, um elemento dessa equipa fez a seguinte afirmação.
"Sinto-me só, acho que já não sou importante na casa."
PVS
Numa reunião de consultoria, os técnicos que habitavam a sala das dez portas queixavam-se que não era possível ter uma conversa calma na sala. Quando mais do que uma porta da sala estava aberta, era um entre e sai de miúdos. Quando as portas se fechavam, sentia-se a pressão do lado de fora das crianças batendo e empurrando insistentemente as portas. Os técnicos reflectiam onde estariam os funcionários durante aqueles momentos de corrupio ou de pressão junto às portas. Ao mesmo tempo que iam verbalizando estas dúvidas, crescia na reunião com o consultor um sentimento de impotência e de incapacidade de mudar a dinâmica funcional da casa.
O consultor perguntou aos técnicos para onde abria a décima porta. Foi explicado que esta dava directamente para a rua. Contudo raramente era aberta, destinava-se a situações de emergência e de evacuação.
Após um longo silêncio...
O consultor teve o seguinte pensamento.
Porque será que os técnicos não se abstêm de se manter no centro da casa e da vida das crianças, guardando junto deles a chave de um sonho chamado “rua”.
Os técnicos intrigados pelo pensamento, responderam prontamente que quando chegaram à instituição esta já tinha aquela arquitectura e que era muito difícil mudar a arquitectura (o mesmo será dizer... mudar a cultura da organização).
O consultor sugeriu abrir no extremo oposto de cada corredor uma nova porta, que desse para a rua. Estas seriam abertas periodicamente e por um bom motivo. As chaves dessas portas seriam entregues aos funcionários. As regras de abertura seriam discutidas por todas as crianças e adultos numa reunião semanal.
A equipa técnica aceitou o desafio…
Algum tempo depois, numa nova sessão de consultoria, um elemento dessa equipa fez a seguinte afirmação.
"Sinto-me só, acho que já não sou importante na casa."
PVS