Muitas vezes quem trabalha com crianças com dificuldades emocionais depara-se com uma situação de difícil resolução: as crianças que queremos ajudar aparentemente recusam ou não querem a nossa ajuda.
É difícil para os técnicos e os prestadores de cuidados evitarem o sentimento de serem rejeitados. Especialmente quando ofereceram ajuda, com as melhores intenções, a crianças que tiveram histórias de vida bastante problemáticas. Este sentimento leva a que, frustrados, desmotivem e se esforcem menos em ajudar estas crianças, considerando-as incapazes de serem ajudadas.
Esta rejeição é tão mais estranha quanto mais facilmente os técnicos e prestadores de cuidados imaginam ou têm a ideia de que estas crianças estariam desejosas de ser retiradas às famílias que delas abusaram ou negligenciaram. No entanto, na prática não é isso que acontece.
Temos de nos lembrar que, por muito desadequada que fosse a família de onde provieram, era, mesmo assim, a única família que conheceram. Aquela a quem estão vinculados e onde aprenderam a viver.
Temos também de nos recordar do que um psicanalista escocês dos anos cinquenta, Ronald Fairbairn, chamava a defesa moral. Ao crescer num meio particularmente hostil é vulgar, dizia Fairbairn, criar a fantasia de que é o próprio que é mau em vez dos seus pais/família. Ou seja, em vez de terem pais abusadores ou negligentes, as crianças muitas vezes criam a fantasia de que o que se passa é o oposto: são eles que são más crianças e os pais são óptimos. Isto faz com que tenham esperança de que se se portarem sempre bem, os pais nunca lhes vão bater, abusar ou não lhes prestar atenção. O que significa que, quando entram numa instituição, estas crianças vão sentir isso como uma punição extrema: significa que se portaram muito mal e que os pais já não as querem.
É então necessário ter atenção aos sentimentos que estas crianças provocam em quem as tenta ajudar. Mais do que deixarmo-nos vergar pelos sentimentos que nos invadem, ficando incapazes de ajudar, temos que usar esses sentimentos "terapeuticamente". Temos de pensar nos nossos sentimentos como "pistas" para entender a experiência emocional das crianças e, consequentemente, ajudá-las com essas mesmas experiências.
TSM
É difícil para os técnicos e os prestadores de cuidados evitarem o sentimento de serem rejeitados. Especialmente quando ofereceram ajuda, com as melhores intenções, a crianças que tiveram histórias de vida bastante problemáticas. Este sentimento leva a que, frustrados, desmotivem e se esforcem menos em ajudar estas crianças, considerando-as incapazes de serem ajudadas.
Esta rejeição é tão mais estranha quanto mais facilmente os técnicos e prestadores de cuidados imaginam ou têm a ideia de que estas crianças estariam desejosas de ser retiradas às famílias que delas abusaram ou negligenciaram. No entanto, na prática não é isso que acontece.
Temos de nos lembrar que, por muito desadequada que fosse a família de onde provieram, era, mesmo assim, a única família que conheceram. Aquela a quem estão vinculados e onde aprenderam a viver.
Temos também de nos recordar do que um psicanalista escocês dos anos cinquenta, Ronald Fairbairn, chamava a defesa moral. Ao crescer num meio particularmente hostil é vulgar, dizia Fairbairn, criar a fantasia de que é o próprio que é mau em vez dos seus pais/família. Ou seja, em vez de terem pais abusadores ou negligentes, as crianças muitas vezes criam a fantasia de que o que se passa é o oposto: são eles que são más crianças e os pais são óptimos. Isto faz com que tenham esperança de que se se portarem sempre bem, os pais nunca lhes vão bater, abusar ou não lhes prestar atenção. O que significa que, quando entram numa instituição, estas crianças vão sentir isso como uma punição extrema: significa que se portaram muito mal e que os pais já não as querem.
É então necessário ter atenção aos sentimentos que estas crianças provocam em quem as tenta ajudar. Mais do que deixarmo-nos vergar pelos sentimentos que nos invadem, ficando incapazes de ajudar, temos que usar esses sentimentos "terapeuticamente". Temos de pensar nos nossos sentimentos como "pistas" para entender a experiência emocional das crianças e, consequentemente, ajudá-las com essas mesmas experiências.
TSM