Avançar para o conteúdo principal

Acolher bem é acolher bem as famílias

Uma prova do aumento da maturidade do nosso sistema de protecção é a progressiva defesa do bom acolhimento das famílias nas instituições que acolhem crianças como é o caso dos CAT (Centros de Acolhimento Temporário).

Infelizmente até há bastante pouco tempo imperou uma lógica maniqueísta na qual a família era sempre tida como a má da fita de quem se tinha de separar o mais possível a criança. É esta mesma lógica que explica a emergência de sucessivos centros de acolhimento em zonas rurais distantes dos centros urbanos e com poucas acessibilidades ao nível de transportes. Aliás, vigorou até há algum tempo a prática perversa de colocar as crianças pequenas longe da família, criando situações de abandono forçadas pela geografia. Quantos pais do centro e norte do país viram os seus filhos colocados no Algarve ou noutros distritos, impossibilitando-lhes de imediato o bom acompanhamento? Estou certo que muitos.

Felizmente cada vez mais as instituições percebem que acolher bem uma criança é acolher a sua história e principalmente as pessoas que lhe são significativas, isto é, a família. Só assim a instituição evita a traumatizarão secundária e tem a oportunidade de poder verdadeiramente avaliar a qualidade do vínculo familiar de forma a delinear um cuidado projecto de vida.

Parabéns às instituições que sabem que o mundo é feito de muito mais cores e tons e não de simples preto e branco.

PVS