Há já algum tempo que estava com ideias de escrever este post. O tom é relativamente crítico para aqueles que advogam a favor e de forma indiscriminada a utilização de psico-fármacos em crianças e adolescentes. Quem trabalha em acolhimento de crianças, nomeadamente em Lares de Infância e Juventude, tem observado que cada vez mais os seus jovens entram nas instituições já medicados (principalmente os que são transferidos de outras instituições), normalmente com neurolépticos e estabilizadores de humor. Apesar de medicados estes jovens não vêem acompanhados de diagnóstico claro e muito menos acompanhados por um plano terapêutico adequado no qual estejam explícitos quais os objectivos terapêuticos. A nossa percepção é que a medicação é utilizada simplesmente como um colete de forças químico que tem como objectivo conter os comportamentos de oposição / protesto que estes jovens podem ter. Por outras palavras a medicação reduz a probabilidade destes jovens se expressarem. Desculpem pelo que vou dizer mas por vezes tenho a sensação que a dosagem da medicação é acertada através da ansiedade do adulto que acompanha o jovem à consulta. Quando o adulto está calmo e diz que os comportamentos incomodam pouco, o médico diminui a dosagem; quando o adulto está mais ansioso, o médico reforça a dosagem. Existe quase que uma medicação por procuração, baseada nos níveis de ansiedade do adulto.
A minha experiência é que estes mesmos jovens, numa instituição de acolhimento bem organizada e com a participação activa dos jovens na gestão e administração das rotina rotinas, rapidamente começam a dispensar praticamente a medicação ou pelo menos a reduzirem a significativamente a dosagem. O comportamento de protesto dos jovens em muitos casos é um sintoma crítico no processo de adaptação que estes jovens têm de fazer à experiência de institucionalização. Viver numa casa 24h sobre 24h com outras 20 ou 30 crianças e jovens, não ter um adulto de referência, ter um milhão de regras impostas (top to down) exige um esforço enorme, por vezes sobre-humano.
Na minha opinião devemos questionar sempre quando nos chega um jovem medicado sobre qual a patologia? Qual é o problema de saúde mental? Qual é a finalidade da terapêutica?
Deixo-vos um vídeo provocador elaborado pela Citizens Commission on Human Rights (CCHR).
PVS
A minha experiência é que estes mesmos jovens, numa instituição de acolhimento bem organizada e com a participação activa dos jovens na gestão e administração das rotina rotinas, rapidamente começam a dispensar praticamente a medicação ou pelo menos a reduzirem a significativamente a dosagem. O comportamento de protesto dos jovens em muitos casos é um sintoma crítico no processo de adaptação que estes jovens têm de fazer à experiência de institucionalização. Viver numa casa 24h sobre 24h com outras 20 ou 30 crianças e jovens, não ter um adulto de referência, ter um milhão de regras impostas (top to down) exige um esforço enorme, por vezes sobre-humano.
Na minha opinião devemos questionar sempre quando nos chega um jovem medicado sobre qual a patologia? Qual é o problema de saúde mental? Qual é a finalidade da terapêutica?
Deixo-vos um vídeo provocador elaborado pela Citizens Commission on Human Rights (CCHR).
PVS