A compreensão da relação precoce entre bebé-mãe é ainda um dos temas fundamentais da Psicologia. O trabalho de John Bowlby (psicanalista inglês que trabalhou durante largos anos na clínica Tavistock) sobre vinculação assume uma particular importância na compreensão desta relação.
Mary Ainsworth, discípula de Bowlby e investigadora na clínica Tavistock, é responsável pela situação experimental intitulada "Situação Estranha" largamente utilizada para avaliar a qualidade da relação entre criança e prestador de cuidados (geralmente a mãe). Esta situação, composta por várias fases, permite avaliar a qualidade do comportamento de vinculação da criança ao reunir-se com a mãe depois de ter sido brevemente separada desta. O comportamento aquando da reunificação permitiu à equipa de Ainsworth identificar três padrões de vinculação posteriormente alargados para quatro por Mary Main: seguro; evitante; ansioso/ambivalente; desorganizado.
Aqui fica um vídeo do procedimento da "Situação Estranha":
Parece-nos fundamental que sendo os CAT (Centros de Acolhimento Temporário) instituições cuja função essencial é a avaliação das crianças, e necessariamente das suas figuras de vinculação, que estejam preparados para avaliarem os padrões de vinculação das crianças.
A situação estranha é mundialmente utilizada como forma de avaliar os padrões de vinculação e é de fácil aplicação. Necessita, no entanto, de uma sala equipada com um vidro unidireccional.
Mas, caso este investimento não seja realizado, e face à falta de testes aferidos para a população portuguesa e de protocolos de avaliação definidos, receio que muitas das avaliações efectuadas sejam baseadas puramente na intuição dos técnicos. E, se a intuição muitas vezes é importante, não podemos deixar de recordar o título do livro de Adrian Ward, académico de Serviço Social e antigo director de uma comunidade terapêutica para crianças e jovens: "Intuition is not enough" (disponível para leitura aqui).
TSM
Mary Ainsworth, discípula de Bowlby e investigadora na clínica Tavistock, é responsável pela situação experimental intitulada "Situação Estranha" largamente utilizada para avaliar a qualidade da relação entre criança e prestador de cuidados (geralmente a mãe). Esta situação, composta por várias fases, permite avaliar a qualidade do comportamento de vinculação da criança ao reunir-se com a mãe depois de ter sido brevemente separada desta. O comportamento aquando da reunificação permitiu à equipa de Ainsworth identificar três padrões de vinculação posteriormente alargados para quatro por Mary Main: seguro; evitante; ansioso/ambivalente; desorganizado.
Aqui fica um vídeo do procedimento da "Situação Estranha":
Parece-nos fundamental que sendo os CAT (Centros de Acolhimento Temporário) instituições cuja função essencial é a avaliação das crianças, e necessariamente das suas figuras de vinculação, que estejam preparados para avaliarem os padrões de vinculação das crianças.
A situação estranha é mundialmente utilizada como forma de avaliar os padrões de vinculação e é de fácil aplicação. Necessita, no entanto, de uma sala equipada com um vidro unidireccional.
Mas, caso este investimento não seja realizado, e face à falta de testes aferidos para a população portuguesa e de protocolos de avaliação definidos, receio que muitas das avaliações efectuadas sejam baseadas puramente na intuição dos técnicos. E, se a intuição muitas vezes é importante, não podemos deixar de recordar o título do livro de Adrian Ward, académico de Serviço Social e antigo director de uma comunidade terapêutica para crianças e jovens: "Intuition is not enough" (disponível para leitura aqui).
TSM