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Mensagens

A mostrar mensagens de 2005

Natal em risco

Mais um Natal e mais notícias de crianças em risco. As notícias sobre as duas crianças de Gaia, trouxeram na voz de um presidente de uma associação local a imensidão de chumbos que houve por parte dos serviços centrais ao Programa Ser Criança por falta de verbas. É um verdadeiro escândalo que projectos de qualidade com pertinência, enquadrados no espírito do Programa Ser Criança , com pareceres favoráveis de todas as entidades, sejam chumbados por falta de verbas, principalmente se pensarmos o número de candidaturas que existiam de projectos válidos e urgentes, e o número de propostas aprovadas. É de bom tom que em próximas iniciativas o Governo revele desde o início a verba disponível e o número de projectos possíveis de serem aprovados de forma a evitar o trabalho de milhares de técnicos na elaboração de centenas de candidaturas que vão liminarmente para o lixo. A verdade na política passa por dizer quanto dinheiro é que há e o que se pode fazer, e não por uma gestão inflacion

Férias dos centros de acolhimento

Foi com alguma surpresa que chegou-me a notícia que diversos centros de acolhimento temporários de crianças em risco vão fechar para férias de Natal. Pergunto-me então para onde vão as crianças colocadas nestas instituições! Regressam aos pais e familiares que se vêem temporariamente afastastados das suas crianças por neles recairem suspeitas de maus-tratos? Ou, com os pais ainda detentores do poder paternal, e em muitos dos casos sem ainda terem tido oportunidade de exercerem o direito de contraditório, as crianças vão para familias "amigas" sem nenhum vínculo jurídico ou psicológico que assumem sem demoras o papel de família nesta quadra. Talvez as crianças não sejam embrulhos de Natal e os centros de acolhimento, tal como os Hospitais, Polícia, Bombeiros e outros serviços, devessem todos trabalhar 365 dias por ano. PVS

Natal

Nesta época é normal que a sociedade se lembre dos milhares de crianças institucionalizadas. Situação que toca a todos nós enquanto cidadãos e que se torna dificil de ser pensada. Uma criança passar o Natal sem uma família desperta na maoria de nós sentimentos de culpabilidade que nos empurram para tomarmos alguma acção. Observamos algumas famílias generosas que fazem questão de acolher uma ou duas crianças no seu seio familiar durante a quadra natalícia de forma a lhes proporcionar uma experiência de família. Contudo, uma análise mais aprofundada leva-nos a pensar até que ponto esta acção não serve mais a protecção do sentimento de culpabilidade social do que a real necessidade das crianças. Porque afinal de contas aquela não é nem será a família delas... Algumas instituições não fecham no Natal, permanecendo os seus funcionários a trabalhar na noite de 24, lembrando que o acolhimento é 365 dias por ano e que no Natal há crianças sem lar. A estas últimas obrigado por nos lembrar

Formação baseada em "Group Relations"

À primeira vista a formação baseada em “Group Relations” pode parecer semelhante a qualquer outra formação. Tem um programa, uma equipa de organização, um grupo de participantes e módulos. Ao olharmos mais atentamente apercebemo-nos que este tipo de formação se distingue radicalmente de uma formação tradicional onde os conteúdos pedagógicos estão previamente definidos e onde a autoridade maioritariamente reside no formador. “Group Relations” é o termo utilizado a partir dos finais dos anos 50 pela equipa do Instituto Tavistock para se referir ao método laboratorial de estudo das relações humanas dentro e entre grupos. Este método laboratorial foi numa primeira fase desenvolvido por Bethel e Maine tendo por base o modelo de aprendizagem experencial em grupo resultante dos trabalhos de Kurt Lewin e posteriormente desenvolvido por W. R. Bion na forma de grupos sem líder. As conferências baseadas em “Group Relations” são organizadas de forma a criar oportunidades de aprendizagem exper

Consultoria a instituições de acolhimento

Cada vez mais a consultoria / supervisão a equipa técnicas e a prestadores de cuidados de instituições acolhimento de crianças se torna uma urgência. Sabemos que pela exigência emocional da tarefa destas organizações, é necessário criar espaços de reflexão e pensamento que permitam aos profissionais lidar de forma eficaz com as ansiedades e emoções emergentes da prática laboral. Neste sentido iremos apresentar em breve um conjunto de respostas atractivas nesta área e acessíveis do ponto de vista económico às instituições. Iremos apresentar igualmente um conjunto de acções de formação baseadas em “eventos de grupo” na tradição do Instituto Tavistock, privilegiando-se a aprendizagem pela experiência. Serão trabalhadas questões como liderança, autoridade e dinâmica organizacional. Todo o processo de aprendizagem será experiencial, não havendo lugar a aulas propriamente ditas. Esperamos que estas iniciativas tenham a melhor receptividade. PVS

Organization in the Mind

Gostaria de partilhar convosco um dos últimos livros que adquiri e que me pareceu óptimo para a reflexão sobre a vida mental das nossas organizações. " Organization in The Mind: Psychoanalysis, Group Relations and Organizational Consultancy ", de David Armstrong, publicado pela Karnak Books. O livro não se refere concretamente a instituições de acolhimento de crianças mas permite retirar muitas ideias úteis sobre tópicos essenciais como sejam liderança, autoriadade, gestão de fronteiras institucionais e consultoria. O autor inscreve-se numa linha teórica conhecida por Modelo Tavistock que incorpora conceitos da Psicanálise com conceitos da teoria sistémica. Excelente livro para todos os que querem reflectir sobre a dinâmica organizacional. PVS

Novo portal CNPCJR

A Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco lançou um portal destinado a divulgar o trabalho das CPCJs. Possibilitou também a existência de uma zona discussão exclusica para técnicos através de construção de um fórum de discussão. Esperemos que esta feliz iniciativa se traduza num salto qualitativo de acesso à informação. O site é  http://www.cnpcjr.pt . PVS

Expo Criança 2006

A Expo Criança 2006 já está em andamento. Mais uma vez Santarém vai acolher uma festa totalmente dedicada às nossas crianças! PVS

Tempos de espera

Gostaria de partilhar algumas notas sobre as demoras na tramitação dos processos de promoção e protecção. Como se sabe a Lei 147/99 de 1/9 define a intervenção das CPCJs e tribunais junto das crianças em perigo, inclusive alguns limites temporais na tramitação, limites estes orientadores da intervenção de forma a impedir o adormecimento da dinâmica processual, senão vejamos... 1.º Todos os processos são urgentes, devendo correr em férias judiciais, sendo averbados ao juiz de turno, não estando dependentes de distribuição (n.º1 e n.º2 do Art.º 102 da supracitada Lei). 2.º A instrução dos processos tem um limite máximo temporal de 4 meses (Art.º 109 da supracitada Lei). 3.º Todas a medidas provisórias têm a duração máxima de 6 meses (Art.º 37 da supracitada Lei). 4.º O acolhimento em casa de acolhimento temporário, vulgo CAT, tem um prazo máximo de 6 meses (n.º 2 do Art.º 50 da supracitada lei). Urge então perguntar o porquê da existência de crianças por períodos superiores a

Comentário de Maria Ferreira

"Sou directora de um lar de crianças e jovens e vou fazer uma tese de mestrado na área da educação não formal de crianças institucionalizadas. Este trabalho vai ser feito no âmbito de um mestrado em Pedagogia Social que estou a frequentar na Universidade Católica. Um dos documentos de apoio que irei utilizar será o trabalho feito pela equipa da SCML , que me parece um bom ponto de partida para a minha reflexão. Deixo aqui no blog o título de um livro espanhol que é também um precioso auxiliar para quem goste de explorar e reflectir esta temática. Apesar de ser em espanhol, o livro lê-se com muita facilidade: " El Acogimiento Residencial en la Protección a la Infância ". Autores: Jorge Fernández del Valle, Jesús Fuertes Zurita. Editora Pirámide-Madrid. Todas as ajudas e ideias para estruturar e enriquecer a minha dissertação serão bem vindas. Darei mais notícias. Maria Ferreira"

Workshop sobre a Attachment Style Interview

A Universidade do Minho está a organizar para o dia 3 de Outubro de 2005 um workshop dinamizado por  Antonia Bifulco sobre uma entrevista estruturada sobre estilos de vinculação. O tema parece-nos de máxima importância e com uma oportunidade genial, numa altura em que urge a utilização de instrumentos de avaliação estandardizados para a avaliação da qualidade da vinculação. PVS

Mais uma morte

Não podemos de deixar de lamentar a morte de mais uma criança devido a maus-tratos. A história do pequeno Daniel dá mais uma vez rosto às milhares de criança que à margem do sistema de protecção sofrem continuadamente no silêncio. Infelizmente em Portugal, como em qualquer parte do mundo, nem todas as situações são possíveis de diagnóstico e de intervenção atempada. Contudo era bom que todos reflectíssemos sobre o actual modelo de protecção e sobre o funcionamento das Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo (CPCJ). Lanço desde já o repto a enviarem artigos e opiniões sobre o actual modelo de protecção de crianças em perigo. PVS

Carta aberta de Bruno Ferreira

"Caro Pedro Vaz Santos, Por vezes divirto-me a visitar o teu blog e é com orgulho que reconheço o teu empenho para mobilizar uma reflexão em torno a uma realidade tão profunda e complexa. Penso que a problemática do acolhimento, negligência e mau trato infantil envolva varias dimensões de cuja articulação "pensada" dependerá o sucesso, ou menos, das intervenções em causa, e mais importante ainda, a vida e a saúde dos seres humanos que delas beneficiam e daqueles que nelas se empenham. Reconheço que a complexidade decorrente dessa articulação seja um osso duro de roer, para mais num país como ao nosso, onde as deficiências estruturais, a falta de investimentos, mas também a carência a nível de formação e, em certos aspectos, a cultura dominante são aquelas que sabemos, em nada conforme as modelos de referência implementados noutras regiões do globo. Daí o mérito da tua empreitada. Contudo desde há algum tempo que vai crescendo em mim uma preocupação con

Bem-vindos de férias!!!

Todos nós de quando a quando precisamos de férias … Normalmente começamos por juntar numa ou mais malas os objectos e utensílios indispensáveis, com especial destaque para os objectos que nos permitem sonhar: mapas, barcos insufláveis, bóias, binóculos, canivete suíço, como se fôssemos para uma arriscada exploração. De facto ir de férias é sempre uma demanda aventurosa; as complicações do trânsito, da praia, das compras, e do alojamento revestem qualquer tipo de férias no Algarve (protótipo de férias dos portugueses), num perfeito quebra-cabeças. É verdade que poderíamos programar férias noutro destino e voar num voo charter para um destino tropical e alojarmo-nos num “resort” cinco estrelas, à beira mar plantado, onde o esforço e a azáfama eram apagados pela eficácia dos empregados hoteleiros. Contudo, optamos pelo Algarve, nós e mais uns quantos milhões de portugueses. Estou convencido que nós, os portugueses, adoramos este correr, sem saber para onde, que o Algarve nos dá. Adoramos

Trajectórias de vida (SCML)

O estudo " Trajectórias de Vida das Crianças e Jovens Saídos dos Lares da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa " é um trabalho rigoroso realizado por Maria Gabriela Colen, Fernanda Belo, Genoveva Calvão Borges, Maria Amélia Branco e Simone Marques do Gabinete de Prospectiva e Planeamento da SCML . O estudo tem como população-alvo as crianças acolhidas na SCML entre 1986 e 2001. Num momento em que se pensa na eficácia das instituições de acolhimento, este parece ser um excelente trabalho de avaliação merecedor de uma leitura atenta. Desde já os parabéns à SCML . PVS

Containment for Growth (OPUS)

A Organization to Promote Understanding of Society (OPUS) vai organizar uma conferência com o título " Containment for Growth - Exploring the Management of Authority and Responsability in Residential Care and Treatment of Disruptive Children ". A conferência decorrerá de 27 a 30 de Setembro de 2005 em Londres. Mesmo para os que não têm oportunidade de viajar até Londres e participarem na conferência ficam algumas sugestões desde já: 1. consultarem o site da OPUS (clicar aqui ) e ver atentamente as inciativas desta sociedade científica; 2. visitar a página da conferência, dando especial relevância às metodologias de trabalho propostas para a conferência baseadas em dinâmicas de grupo. PVS

Helping Families in Family Centres

" Helping Families in Family Centres " é uma obra notável editada por Andrian Ward que resume num conjunto de capítulos o state of the art da intervenção em agregados familiares de risco. O livro leva-nos numa viagem onde as famílias crescem apoiadas através de intervenções terapêuticas integradas. Leva-nos a pensar que ajudar as famílias não é dar recursos simplesmente mas sim capacitar a família para a gestão do mesmos, não esquecendo que o primeiro recurso que tem de ser bem gerido são as emoções. O livro faz-nos também pensar que o divórcio entre o serviço social e a saúde mental não faz qualquer sentido; talvez somente num país onde ainda se acredita e se defende o assistencialismo, e onde a verdadeira saúde mental com cariz comunitário ainda não nasceu. Vale mesmo a pena a leitura, principalmente para quem vai iniciar novas funções na área, por forma a contrariarem alguma da rigidez organizacional que está no terreno. PVS

Scottish Journal of Residential Child Care

Mais um excelente periódico. Este é editado pelo " Scottish Institute of Residential Child Care ", este último uma óptima referência de como uma pequena sociedade associada a uma universidade consegue potenciar e explorar um conjunto de boas práticas. Uma boa notícia é a disponibilidade do N.º1 do Vol.1 online para quem quiser fazer download. PVS

Residential Treatment for Children & Youth

" Residential Treatment for Children & Youth " é uma revista dedicada ao tratamento de perturbações emocionais e do comportamento de crianças e jovens em unidades residenciais (o conceito de "residential treatment" assemelha-se ao conceito de "therapeutic commnunities", este último mais utilizado no Reino Unido). É editado pela American Association of Children's Residential Centers e tem como editores D. Patrick Zimmerman, Sonia Shankman e E. C. Teather. O acesso é relativamente difícil nas bases de dados electrónicas como a B-On ou a ProQuest; contudo existe sempre a possibilidade de subscrever a revista (ver em  http://www.tandfonline.com/loi/wrtc20 ). PVS

Child Abuse Review

A " Child Abuse Review " é outro dos periódicos de referência na área do mau trato infantil. Este jornal é editado pela British Association for the Study and Prevention of Child Abuse and Neglect , tendo como editor chefe David Gough. Neste periódico, por ser europeu, encontram-se artigos mais próximos da realidade portuguesa. PVS

Xth ISPCAN European Regional Conference on Child Abuse and Neglect

A ISPCAN - International Society for the Prevention of Child Abuse and Neglect está organizar uma conferência científica da maior qualidade em Berlin de 11 a 14 de Setembro de 2005. Clicar aqui para aceder ao link do congresso. PVS

Child Maltreatment

Fica mais uma sugestão de um excelente periódico científico na área dos maus-tratos infantis. " Child Maltreatment " é editada pela American Professional Society on the Abuse of Children (APSAC). O editor-chefe é Steven J. Ondersma da Wayne State University, Detroit. PVS

Child Abuse & Neglect (ISPCAN)

A Elsevier Publishers publica regularmente a Revista da Sociedade Internacional para a Prevenção do Abuso Infantil e Negligência ( ISPCAN - International Society for the Prevention of Child Abuse and Neglect ), a " Child Abuse & Neglect ". Este periódico exclusivamente dedicado à área do mau trato infantil é uma referência para todos os que cientificamente se dedicam ao aprofundamento destas temáticas. A revista é actualmente editada por Jonh Leventhal. Por forma a ter acesso ao full text da revista, basta consultar a B-On em qualquer estabelecimento de ensino superior aderente. PVS

Crianças em acolhimento familiar

Numa altura que se volta a falar da revisão da Lei que regula o acolhimento familiar, parece-me interessante a leitura de " Foster children: Where they go and how they get on " de Ian Sinclair, Claire Baker, Kate Wilson e Ian Gibbs. O livro apresenta capítulos como: 3. Going home: Who returns and how do they do? 4. Going home: What makes a difference? 5. Adoption: Who is adopted and how do they do? 6. Adoption: What makes a difference? 7. Foster care: Can it offer permanence? 8. Foster care: Does it feel like a family? 9. Leaving care: What makes a difference? 10. Living independently: What makes a difference? PVS

Dia aberto no Lar dos Rapazes - Contributo de Joana Simões de Almeida

Recebi hoje um texto de Joana Simões de Almeida bastante simpático sobre a iniciativa "Dia Aberto" promovida pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém no ultimo mês de Maio. Achei que pela pertinência do mesmo deveria aqui ser publicado. "A propósito da comemoração dos 505 anos de existência da Santa Casa da Misericórdia de Santarém , a Fundação “O Século” recebeu um original convite do Lar de Rapazes para acompanhar alguns técnicos de instituições do nosso país, para juntos pensar-mos sobre os problemas e as potencialidades da institucionalização de crianças em risco. Foi criado um grupo de trabalho multidisciplinar, com profissionais de várias instituições que trabalham na área da infância e juventude, e deu-se início a um debate de ideias, rico e organizado. Sendo a temática das crianças em risco extremamente actual, vasta e complexa, a abordagem que se fez baseou-se na experiência dos técnicos que, partindo dos seus conhecimentos e bases teóricas, desenvolvem a

Therapeutic Approachs in Work with Traumatized Children and Young People

" Therapeutic Approachs in Work with Traumatized Children and Young People "  é uma viajem pela dinâmica emocional da Cotswold (comunidade terapêutica para crianças). Tomlinson de forma muito clara desafia-nos a pensar os problemas do dia-a-dia de uma instituição de acolhimento de crianças e jovens. O livro aborda tópicos como autoridade, sub-culturas, delinquência, sexualidade, férias, gestão de conflitos, etc.. O livro apresenta um excelente capítulo sobre a necessidade e papel de um supervisor externo neste tipo de instituições. Fica a proposta de leitura para as férias. PVS

Método psicanalítico de observação de bebés

A Associação Portuguesa de Estudos da Primeira Infância (APEPI) é uma Associação que tem desenvolvido em Portugal o método de observação psicanalítico de bebés de Esther Bick desenvolvido na Tavistock nas últimas décadas. Desta Associação fazem parte pessoas como Eduardo Sá, Coelho Rosa e Joana Espírito Santo. A APEPI tem um programa de formação na área da observação de bebés bastante interessante e completa, com enfoque numa compenente prática. Fica a proposta. Mais informações em  http://apepi.org . PVS

Newsletter sobre comunidades terapêuticas

A Chaterhouse Group tem vindo a publicar uma newsletter sobre comunidades terapêuticas em parceria com a Association of Therapeutic Communities e a Planned Environment Therapy Trust . Vale pena o download da newsletter e a sua leitura (clicar em  http://www.pettarchiv.org.uk/jointnewsletter/12.pdf ). PVS

Instituições de acolhimento do amanhã

Não me parece ser necessário estar recorrentemente a tentar inventar a roda. O problema de padrões de qualidade em instituições de acolhimento de crianças já foi alvo de dedicada atenção por parte de inúmeros técnicos e organizações governamentais nos diversos países ocidentais. Partindo do princípio que a espécie humana é só uma e que as necessidades básicas de afecto que uma criança necessita para crescer são mais ou menos similares em Portugal e no resto do mundo, não percebo porque é que não começa a existir um esforço de transposição do padrões mínimos de qualidade exigidos às instituições de acolhimento de crianças no estrangeiro para a realidade portuguesa. Podem consultar os standars aqui . Óbvio que podemos continuar a adiar o processo e a nos lamentarmos com as instituições que temos e com as suspeitas de maus-tratos e abusos institucionais. Podemos também continuar com o discurso politicamente correcto que as instituições de acolhimento de crianças são resquícios da revo

Multidimensional Neglectful Behavior Scale - Child Report (MNBS-CR)

O MNBS-CR (Kantor et al., 2004) é um instrumento de avaliação psicológica inovador no sentido em que pretende avaliar o comportamento parental negligente através da percepção que a criança tem do comportamento parental. A mudança de vértice na avaliação que os autores defendem parece ser interessante na medida que permite uma avaliação mais precisa sobre o impacto do comportamento negligente. Visto as necessidades das crianças variarem com a idade, os autores desenvolveram duas versões, uma para a faixa etária 6-9 anos e outra para a faixa etária 10-15 anos. A escala é constituída por quatro subescalas centrais que avaliam: negligência emocional, negligência cognitiva (conceito próximo da negligência com a educação/estimulação), negligência física, e negligência na supervisão. De forma adicional, a escala apresenta ainda mais quatro escalas colaterais: apreciação da criança do comportamento negligente dos pais, exposição a conflitos e violência, consumo de álcool, depressão infanti

Casa das Conhas e Casa do Mar (Fundação O Século)

Muito do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no sentido de minorar os efeitos dos maus-tratos infantis tem sido realizado por instituições de acolhimento de crianças. Também é verdade que com frequência têm sido publicadas notícias alarmantes sobre algumas destas instituições. Contudo parece-nos que vale a pena noticiar e falar sobre as boas práticas que algumas instituições têm vindo a aplicar. Uma das instituições que recentemente tivemos a possibilidade de visitar foi a "Casa do Mar" e a "Casa das Conchas" da Fundação "O Século" em S. Pedro do Estoril. Encontrámos duas casas cheias de afecto e cuidado onde sobressai a forte possibilidade de se gerarem relações vinculativas. É verdade que só tivemos a oportunidade de uma visita breve de um dia; contudo há pormenores que nos ficam e dizem muito sobre uma casa. Senão vejamos: ao entrarmos na Casa das Conchas, um lar inaugurado num contexto particular e organizado em apenas 48h com a finalidade d

Dia Aberto no Lar dos Rapazes da SCMS

O sistema de protecção de crianças em perigo, em especial o acolhimento de crianças em instituição, está na ordem do dia. A imprensa tem divulgado um conjunto de histórias inquietantes e alarmantes sobre as nossas crianças que vão desde o abuso e maltrato institucional ao abuso e maltrato familiar. Esta dupla polarização família de risco e instituição perigosa tem despertado na sociedade um sentimento de incredibilidade e de paralisia. Sentimento que, na minha opinião, não tem sido facilitador na construção de um quadro de referência que permita pensar e entender o fenómeno violento que vimos observando. Neste sentido a Santa Casa da Misericórdia de Santarém (SCMS) endereçou um convite para reflexão a um conjunto de instituições congéneres com o título “Dia Aberto”. O título da iniciativa pretendia ser uma preconcepção não saturada de forma a desempenhar a função de quadro em branco à espera de ser preenchido por ideias, crenças, sonhos e pensamentos de técnicos à espera de serem

Handbook on Child Maltreatment

A Sage publicou um novo manual (ver aqui ) na área do mau trato infantil editado pelo John Myers. Os capítulos percorrem as diversas formas de mau trato bem como as mais recentes metodologias de intervenção. É de realçar o capítulo sobre a produção de relatórios forenses e o capítulo sobre a síndrome de Münchausen por procuração. PVS

Abandono e Adopção

A editora Almedina lançou mais um importante livro na área da adopção. "Abandono e Adopção" de Eduardo Sá, Maria Clara Sottomayor, Isabel Rosinha e Maria João Cunha é um bem conseguido diálogo entre a Psicologia e o Direito, aconselhável a todos os que lidam com processos de adopção. Já realizei uma primeira leitura da qual destaco desde já os textos de Maria Clara Sottomayor. Ver livro aqui . PVS

Acórdão do Tribunal da Relação de Évora - Medidas Provisórias

Não é segredo para ninguém que os centro de acolhimento temporário estão cheios de crianças que não permanecem um máximo de 6 meses nas instituições mas que pelo contrário vão ficando à espera que o seu projecto de vida fique definido. E não é raro esperarem alguns anos para que tal aconteça.  Toda a gente sabe que os processos de promoção e protecção são urgentes; contudo ninguém lhes dá a devida prioridade. Senão vejamos: na grande maioria, as crianças que estão colocadas por medida judicial numa instituição estão ao abrigo dos Artigos 35.º n,º1 al) f e Art.º 37 da Lei 147/99 . O Art.º 37 define as medidas provisórias aplicadas muitas vezes enquanto decorre o estudo da família e a fase de instrução do processo. O artigo em concreto define que as medidas provisórias têm um máximo de 6 meses. Isto é, a medida de acolhimento em instituição ao fim de 6 meses, se for revista, já não pode voltar a ser aplicada com carácter provisório, mas sim após acordo de promoção e protecção judicial

VI Simpósio de Comportamento Organizacional

A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa ( FPCEUL ) está a organizar o VI Simpósio de Comportamento Organizacional. O simpósio parece-me ser uma oportunidade única de se pensar a dinâmica e comportamento organizacional das instituições que têm funções de prestação de cuidados. Mais informações sobre o encontro  aqui . PVS

Pós-Graduação em Protecção de Menores

Neste momento, a academia portuguesa começa a prestar mais atenção às reais necessidades de existência de cursos especializados na área da Protecção de Crianças. Neste sentido, o Departamento de Psicologia do ISCTE vai lançar uma pós-graduação nesta área (ver mais informações  aqui ). Nesta área vale sempre aprender mais coisas. Eu só não me inscrevo porque para o ano tenho entregar a minha tese de Mestrado. PVS

Instituições de apoio à maternidade

A Associação Juntos pela Vida realizou um excelente trabaho de compilação de instituições dedicadas ao apoio à maternidade. Vale a pena visitar o seu site em http://www.juntospelavida.org e consultar a lista de instituições a nível nacional. PVS

Inquérito Victoria Climbié

O inquérito Victoria Climbié é um documento único e bastante pertinente sobre a morte de uma criança no Reino Unido por maus tratos após sinalização às autoridades com competência em matéria de protecção de crianças. Apesar da extensão do documento, parece-me que a sua leitura torna-se obrigatória para os técnicos que têm responsabilidades nesta área. Ver o relatório completo aqui . PVS

Apresentação

O blog pretende ser um primeiro ensaio sobre a estruturação de um espaço virtual de discussão e de apresentação de ideias e documentos na área da negligência e do maltrato infantil. Espero que venha a ser um espaço construtivo no sentido do melhor entendimento sobre o supremo interesse da criança. PVS